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6 de dez. de 2011

[Y11P36] Ale: O guerreiro blogueiro

Sabem quando uma pessoa sabe tocar fundo nas pessoas de forma que dificilmente poderia encontrar inimigos no caminho? Vou tentar simplificar a história deste sujeito-homem que não se abalou diante do maior desafio de sua vida.

O crítico de TV Ale Rocha era o tipo de cara que soube, como raros, lidar com o mundo do entretenimento sem esculachar. É bem verdade que meu parco tempo não me permitia ler tudo que ele têm escrito, mas ele escrevia sobre televisão de tal forma que não havia como desqualificá-lo. Afinal, ele era um apaixonado por entretenimento e tinha "envergadura moral" para exteriorizar o que ele assistia em uma tela retangular chamada "televisão". Ok, chega de falar tão somente do trabalho dele, porque o que vem por aí é um exemplo clássico de como lidar com adversidades sem perder a linha e nem a vontade de viver.

Em 2005, Ale foi diagnosticado com hipertensão pulmonar, doença rara que o daria no máximo mais 3 anos de vida - especialmente se ele não se submetesse a um transplante de pulmão. Durante todo este tempo, de 2005 até aqui, precisou se afastar do trabalho - chegou a trabalhar na filial brasileira do canal fechado ESPN, em São Paulo. Por sugestão de um amigo, resolveu criar um blog chamado Poltrona. O foco deste blog Poltrona era também a televisão.

A partir daí, com o blog, a sua carreira só decolou. Foi muito corajoso ao levar a vida pós-diagnóstico sem abrir mão de qualidades, como bondade e caráter - qualidades essas que fazem uma diferença absurda no estilo de vida de um ser humano. Aliás, deve ter aprendido isso ao mesmo tempo que aprendia as primeiras letras do alfabeto assistindo Vila Sésamo, excelente referência em educação ever. Como seria bom se houvesses programas assim, ao invés de futilidades...

Disse que seu tempo se sobrevida era de 3 anos, não é? Conseguiu mais 3, tempo suficiente para ser destaque em veículos de comunicação importantes do Brasil. Uma das mais recentes participações na TV foi no programa "Hoje Em Dia", da Rede Record, onde colocava pra fora, de maneira sutil e sem ofender ninguém, mas sempre com educação, tudo que ele pensava sobre a programação televisiva no Brasil - algo que outros deixaram de fazer há muito tempo. Teve tempo também de aprender muito sobre televisão com profissionais da área e tinha uma sede de conhecimento feroz. Muitos profissionais sentiram um enorme prazer de trabalhar com ele.

Neste ano ele conseguiu sair da fila do transplante e no último dia 29/11/2011 estava indo para a tão aguardada cirurgia. Sua última mensagem no twitter @alerocha mencionava uma personagem de novela: "Hoje é dia de rock, bebê!". Mal sabia - e nós mal sabíamos também - que seria o último tweet da vida dele. Hoje, 06/12/2011, quem o acompanhava tomou um choque: ele partiu, deixando uma legião de blogueiros orfãos de suas sutis linhas escritas. Fica o exemplo de um guerreiro que poderia lamentar sua doença, mas encarou-a de frente como poucos. Que esposa, filho, familiares, amigos, blogueiros, twitteiros e etc's, possamos nos confortar, e confortar uns aos outros, porque posturas como a dele, só poucos e bons sabem ter.

Descanse em paz, hombre! =)


Paz, Amor e Sorrisos! :)
Leandro Passos - Facebook / Google+ / Twitter / Tumblr / GetGlue

Desta vez não tem picture do Gyodai...

[Y11P35] O que é errado, ficou certo... ou não.

Acho que este será o post mais furioso que já escrevi. O que eu tenho lido, visto, e ouvido na Terra Brasilis, é digno de, ou de pena, ou de revolta.

Isto tudo porque cheguei à uma conclusão de que, para algumas pessoas, impor respeito significou também abrir a temporada de inquisição moral neste país.

O que o tio Lê/Léo quis dizer com isso?



Parece que o ego de uma pessoa só será amaciado depois que fizer o diabo pra tentar convencer as pessoas de que sua opinião é certa, e os outros que estão errados - mesmo que a opinião desta pessoa seja equivocada e prejudicial ao próximo. Sabem como que eu chamo isto? Falta de auto-estima, oras! Isso pra não falar em falta de sexo.

E não é só isso: se uma pessoa não alcança seu objetivo, passa a perseguir quem não o "apoiou", como uma espécie de vingança - a Teresa Cristina (não lembra novela mexicana?) da novela das 21hs que o diga, né?

Pois bem: para detalhar a fundo o que penso a partir do título acima, olhem só o absurdo que li hoje. Em uma matéria de 2007, mas que hoje, 06/12/2011, ganhou uma repercussão inesperada, um deputado do PT do Estado do Acre criou um projeto (graças a Deus arquivado) de auxílio financeiro às mulheres vítimas de estupro para que elas não abortem em caso de gravidez. Opa opa opa! Segundo ele, da bancada evangélica, a ideia é proteger a vida. Segundo este que vos escreve, é só um pretexto para impor uma opinião em detrimento do valor à vida porque uma gestação assim acarreta riscos à mãe e ao feto, e vem gente chamando quem realiza estes atos de assassino(a)? Ah, por favor! É mais um daqueles projetos de lei que não têm pé, nem cabeça, e só servem para avacalhar o brasileiro - uma matéria assim, sobre excesso de leis foi publicada na mesma revista que publicou na capa uma opinião forçada sobre a usina de Belo Monte, desqualificando quem apresenta soluções menos imapctantes para a geração de energia no Brasil.

Isso tudo que escrevi é pouco, perto do que presencio. Me preocupa o fato de muita gente sem argumento, embasamento ou coisa que o valha para defender um tema, querer ditar as regras de maneira totalmente forçada. Não sabem ou não reconhecem que não dá pra agradar a gregos, troianos e espartanos ao mesmo tempo quando expõe tudo aquilo que pensa. No post passado eu escrevi sobre a imposição de uma denominação específica, um exemplo clássico de como não engolir goela abaixo aquilo que as pessoas me falavam. Hoje, além do que li na internet, usarei mais alguns exemplos de ausência de bom senso por parte das pessoas - e até alguns errinhos meus, porque não sou perfeito e também não preciso ser 100% certo ou errado.

Um caso clássico é quando você escreve em redes sociais - principalmente Facebook e Twitter - e que pode ser usado por algum desocupado entediado contra você. Se você escreve sobre Paz, Amor e Sorrisos você será julgado; se você desabafa sobre a vida e espera que alguém te ofereça um ombro virtual,  acabará encontrando alguém que quer mais é que você se dane - e ainda justifica que é inocente e o outro se faz de coitadinho; você tem um grupo de colegas de faculdade na internet, e pede material de XPTO disciplina, te mandam se virar, mas comentam sobre festas. Porra! Nem sei mais o que esses indivíduos querem senão procurar brechinhas para reduzir uma pessoa a pó, pra se sentirem superiores. E eu mesmo já botei algumas pessoas pra correr com meus argumentos, mas penso: pra quê discutir com crianções? Hoje em dia meu exemplo é: quem quiser me ouvir que me ouça, e quem não quiser também não será condenado, desde que não use o que eu disse contra mim para seu bel-prazer.

Imagino quando essas pessoas resolvem se meter com política - aí vira um rebu intencional. Já veio à luz o projeto da Bolsa-Estupro (graças a Deus, arquivado). Que vem mais? Bolsa-Prada? Ser pego no bafômetro por tomar Coca-Cola Zero com limão? Radares para multar pais cujos filhos andam de triciclos motorizados no parque? Enfim: além de o Brasil ser o país do "jeitinho", é também o país onde a opinião de uma pessoa parece valer mais que a opinião de outras 185 milhões contra.

Aff! Espero não ter que fazer uma parte 2 ou 3 deste post. Não quero ter que fazer cosplay de Gyodai...


Paz, Amor e Sorrisos! :)
Leandro Passos - Facebook / Google+ / Twitter / Tumblr / GetGlue

Ah! Pra quem não conhece o Gyodai que citei, ou nem se lembra de seriados japoneses...