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6 de set. de 2010

[#004] Etiqueta no transporte coletivo

Imagine você, que passou um dia de cão no seu trabalho ou então tá voltando serelepe da sua escola ou da faculdade. Está cansado, quer mais é rezar pra chegar em casa logo. É fim de tarde. Você não tem carro nem moto e depende do bendito transporte coletivo pra se locomover (ônibus, trem, metrô). Aí de repente seu transporte vira uma festa com gente não convidada. Motivo: um indivíduo ou grupo que começa a tocar música no último volume e sem headphones! Como faz, minha gente?

Inspirado pela minha seguidora no twitter @Jacque_Diaz, resolvi escrever este artigo sobre etiqueta no transporte coletivo. Antes de expor o que penso disto, vou também contar um pouco do que descrevi no primeiro parágrafo.

Eu estava a caminho do bairro Vila Mirim em Praia Grande onde fui configurar o roteador wi-fi de um cliente antigo. Isso foi em agosto ou setembro do ano passado. A viagem estava tranquila, o coletivo da linha 17 não estava lotado. Enfim, uma maravilha mesmo eu tendo que encarar uma viagem longa de Santos até aquela localidade (às vezes é bem mais rápido chegar em São Paulo). Subiu um grupinho inofensivo, até aí tudo bem, nada demais, apenas passageiros. Estava ouvindo uma rádio de soft music (sabem, coisas que tocam em bons hipermercados). Quando dei por mim, "surprise": um deles sacou um MP7, 8, 9, 15, 300 (nem vi bem o tipo, só sei que era um celular xing-ling) e começou a tocar um funk infernal com fundinho do plim-plim da Globo (acho que alguém deve ter ouvido, infelizmente), no último volume e abafando o que os coitados de alguns de nós ouvíamos em seus parcos sisteminhas de som ambulante, incluíndo eu). Estava inviável ouvir o que eu e quem estava no ônibus ouvíamos, até o motor do cabritinho onde estávamos (NOTA: cabritinho é como chamamos ônibus de motor dianteiro com conforto zero). Eu até entenderia se tocassem sei lá, HSM, Fresno, Vitor & Léo, Wando... mas funk carioca?? Sem falar que funk pra mim é James Brown, Parliament/Funkadelic, Kool & The Gang... Eu poderia ter mandado a molecada parar com essa biroska, mas eles pagaram o ônibus como eu e quem estava dentro, aí f**** de vez! Só poderia olhar aos céus e pedir a Deus: "Senhor, me ajude a chegar ao destino com meus ouvidos intactos!". E, assim, cheguei ao Terminal Tatico nos arredores da Prefeitura e só precisei andar até o destino da viagem (com meu gosto musical devidamente regularizado).

Gente, não adianta mandar quem estiver praticando esta conduta parar com aquilo, a gente só vai é arrumar uma encrenca daquelas. Uma hora eles vão ter que respeitar aquele adesivo mal localizado na tampa do itinerário do coletivo, que indica até que o motorista (em quase toda a Baixada Santista é só ele pra dirigir e trocar o dinheiro do passageiro) precisa guiar tranquilo. A única solução plausível é aguentar o tranco e torcer pra não ficar surdo. E chegar vivo sem de repente sentir desejo de "descer até o chão".

São infelizmente coisas que começamos a ser "obrigados" a conviver. Até que alguém acorde e respeite nossos ouvidos que não são penico. Gosto é que nem nariz, todo mundo tem o seu. Mas bem senso nunca é demais!

Só pra constar: tem seu sonzinho mas seu headphone deu PT? Espere pra comprar o seu, não caia nessa péssima onda!

Um beijo na sua alma e até a qualquer momento.
Leandro Passos

Arctic Monkeys - Brianstorm

Pra iniciar a "semanica" (apenas 3 ou 4 dias úteis esta semana...)



Beijo na alma e até mais!
Leandro Passos