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22 de out. de 2010

[#015] Disque "Me acuda porquê tô carente"

Ao longo dos meus 30 e poucos anos vi e vivi modas e modinhas à medida que envelheço. Algumas são tão ruins que damos graças a Deus por estarmos livres. 

Foram modas como calça boca-de-sino (leia-se John Travolta em "Os Embalos de Sábado à Noite"), gel, cigarro Hollywood, canetas de "33 cores", Nirvana, Spice Girls, Rouge, Restart... bem, esta última é a "moda do momento".

Mas nenhuma destas se compara a um martelo eletrônico que invadia as madrugadas em algumas TV's nanicas e até em algumas grandes. A desculpa deste tipo de mídia era atrair aquelas pessoas ditas solitárias, que tinham vida social pior do que as que invadiram em massa as redes sociais e precisavam, digamos, "ter amigos". Eram chamadas que duravam de 30 segundos até incríveis 9 minutos em espaços vendidos pelas emissoras locais. Um comercial que pipocava demais em algumas madrugadas há uns 5 anos era o Chat Line, cujo nº de telefone era celular da região de Belo Horizonte. Não foi o pioneiro dos chats via tele-móvel mas foi um dos inúmeros serviços em uma época que a Internet no Brasil era uma carroça (hoje nem chega a ser um Punto da vida). A temática era simples: um grupo de 5 amigos que "se conheceram neste serviço" pega seus celulares, coincidentemente se encontram para mais uma balada, azaram, um deles encontra uma garota com quem marcou encontro e depois concluiu que era uma verdadeira piriguete (antes que reclamem aqui, eram atores, nada a ver com as vidas deles). Agora, o #failmaster daquele comercial foi nego numa casa noturna com celular na mão! Por Deus! Que raios eles ouvem com bate-estaca bombando? Os criadores do serviço só explicaram nas letras miúdas a taxa cobrada pelo serviço (ligação intermunicipal/interestadual para celular de BH), isso nem todo mundo via. E molecadinha que queria esse serviço nem queria saber quanto que seus pais pagariam: era pegar o telefone e dane-se o resto. Isso causou uma dor de cabeça em muito pai de família... Ah, pra não dizer que não tem vida inteligente nestes comerciais, a Tania Oliveira surgiu neste comercial do Chat Line antes mesmo da fase Panicat e hoje tem seu programa de TV. Graças a Deus alguém se destacou por ter algo mais, e não é necessariamente pelo físico - assunto para um futuro post.

Ainda hoje algumas empresas oferecem este tipo de serviço, e cujos comerciais aparecem até em microntubes da vida. Mas não tem mais aquele apelo comercial tão grande uma vez que existem as redes sociais para agregar os baladeiros de plantão. Justamente por ser "de graça". O que virá na frente, só Deus sabe...

Beijão n'alma d'oceis e até mais!
Leandro Passos