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10 de jun. de 2011

[Y11P23] Dia Dos Namorados Parte 1: Quando um relacionamento não vai bem

Todo santo dia a gente ouve falar de ao menos uma ou uma dúzia de romances entre vida real e contos de fada, novelas, filmes açucarados e por aí vai. Ainda no espírito do Dia dos Namorados, iniciado com a minha visão sobre "ser/estar solteiro", coloco aqui algumas situações paralelamente opostas. Na verdade, dois contos - um em cada post - inspirados em relações que, mesmo fictícias, têm tudo pra se encaixar com alguma pessoa ou algum casal que ler este e outros posts anteriores. E bem que poderiam ter finais felizes.

Caso 1: O Advogado Possessivo
Ela: Valéria, 25 anos, Administradora de Empresas.
Ele: Mário, 33 anos, Advogado Criminalista.
Tempo de relacionamento: 8 meses.

Mário e Valéria se conheceram após serem apresentados por amigos em comum durante uma festa revival dos anos 80 em São Paulo. Mário já tinha no seu currículo como advogado a defesa de um cantor de pagode que não reconhecia a parternidade de uma filha que uma fã supostamente teve com ele, e Valéria acabara de ser admitida em um grande escritório na Av. Paulista. De início não tiveram muita empatia, mas ele percebeu que ela poderia ser a mulher da sua vida - isso depois de ele ter se divorciado da primeira mulher 2 anos antes. Discretamente, Mário pediu a um amigo que pegasse o telefone de Valéria, e acabou ganhando também o e-mail e até o endereço dela no Facebook.

Dias depois Mário ligou para Valéria combinando um jantar em um restaurante na região dos Jardins. Tiveram uma noite excelente, onde comentaram sobre suas vidas e o que planejavam para o futuro. Daí pra frente se encontrariam algumas vezes até se descobrirem apaixonados, 4 semanas depois daquelas festa revival. Era inevitável o namoro deles, que tinham em comum o sonho de uma família feliz.

E mais inevitável - e inesperado - foi o comportamento de Mário após 4 meses. Sabem aquele tipo de pessoa que começa a desenvolver aquela insegurança por conta de companhias do amado, ou da amada? Pois bem: ele começou a se incomodar com as amizades da Valéria. Ele cismou que eles eram responsáveis pelo pouco tempo que tem passado ao lado dela (fica a dica: não se anule por ninguém, você também tem direito à sua vida social). E começou a mandar mensagens a esmo na página dela no Facebook e a ligar pra ela perguntando onde ela está. De início, normal. Mas a esta altura do campeonato Valéria começou a se irritar com as constantes ligações de Mário, alegando que não era nada saudável esta sequência de ligações da parte dele pra pedir satisfações. Ela deu o seguinte ultimato:

- Mário, ou você se controla, ou a gente termina por aqui, porque suas neuras já estão a extrapolar o limite.

Nesta hora ele imaginou também que ele poderia até estar sendo traido. Logo a Valéria, que sempre foi correta em suas atitudes...

Numa tarde de sábado, Mário foi ao prédio onde mora Valéria, em Cerqueira César, e foi informado que ela não se encontrava. Pegou o carro - um Citroën C4 Pallas - e saiu a toda, desesperado por nada, mas com o orgulho às alturas. Parou na esquina das Avenidas São João e Ipiranga e encontrou a "amada" com um amigo de infância dela. Sem pensar, nem perguntar nada, tomou a única providência que um homem carente de razão e de juízo faria: saiu no tapa com o pobre coitado que caiu desacordado. Desferiu palavras ásperas à Valéria, que nada tinha feito de errado. Até ela dar um basta à situação e colocar um ponto final na relação. Mário, já descontrolado, ficou possesso e jogou Valéria para a rua, e na hora foi atropelada por uma Hyundai Tucson que pasava bem na hora. Pronto: o estrago estava feito. Sem saber o que fazer, Mário só tomou o caminho mais covarde: fugiu do local, mas a Polícia já havia sido avisada e conseguiu capturá-lo no meio de um mar de gente na Rua Santa Ifigênia. O amigo de Valéria ficou em coma por 5 dias, mas felizmente sobreviveu. Preso em flagrante por agressão e dupla tentativa de homicídio - Valéria também sobreviveu e não teve sequelas graves -, Mário foi a juri popular e foi condenado a 13 anos, o que é branda para quem se deixou levar por ciúmes exagerados e causou aquele estrago. 14 meses depois do crime, o amigo de Valéria voltou à sua vida normal e perdoou Mário. Valéria, neste meio tempo, encontrou um novo namorado e já marcou a data do seu casamento - mesmo porque descobriu que estava grávida dele, mas estava radiante e superou aquela tempestade.

Dias antes do casamento de Valéria, Mário foi encontrado morto em sua cela. Não se sabe o que provocou a morte dele.

Epílogo:
Esta é a face de um amor que nem era bem amor: era possessividade. Pessoas se deixam levar por uma paixão avassaladora e se esquecem de si mesmas para controlar quem julgam amar e controlar suas amizades e até sua família. Quem estiver passando por uma relação assim, repense tudo e se pergunte se vale a pena manter uma relação deste porte.

O próximo post, a parte 2 desta série de contos, será totalmente oposta a este. Mas assim como criei este na hora, o próximo vou deixar a minha inspiração falar por mim.

Bj n'alma e até a próxima!
Leandro Passos
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