Páginas

15 de set. de 2010

[#007] Rio de Janeiro, 19/01/2001 - Rock In Rio III

Vasculhando meu acervo de DVD's (não muito grande, mas respeitável), bateu a vontade de voltar no tempo e assistir ao show do Iron Maiden gravado no Rock In Rio III, em 19/01/2001. Na verdade, foi mais que voltar no tempo. Os detalhes contarei no decorrer deste texto.

No início de 2001, tinha acabado de passar de primeira na antiga Cefet-SP Campus Cubatão (hoje IFET-SP, mas ainda em Cubatão, e "Federal" do mesmo jeito). Era o início da minha jornada na área de tecnologia (a qual não posso fugir mais, a não ser que caia uma maçã em minha cabeça). Praticamente na mesma semana uma prima minha (que hoje mora na Alemanha) ganhou 2 ingressos para o Rock In Rio daquela época, poderiam levar quem quisessem junto. Ela e outras 2 colegas de trabalho (em uma loja de roupas cujo espaço é hoje ocupado por outra no Shopping Praiamar) também faturaram. Para não prejudicar o funcionamento da loja, elas, uma vez que ganharam para dias diferentes, fariam revezamento. Uma foi no dia 18/01 (dia pop, Sandy & Júnior, NSync e Britney Spears), minha prima no dia 19 (Queens Of The Stone Age, Sepultura, Rob Halford e Iron Maiden) e a terceira no dia 20 (Kid Abelha, Sheryl Crow e Neil Young), isso tudo sem contar outra prima que foi no dia 14 ver Oasis e Guns N' Roses. Recebi o convite pra ir ao RJ no dia 19/01, e não pensei 2 vezes e fui.

Na mesma época minha mãe havia viajado para o Nordeste e meu saudoso pai era porteiro à noite em um prédio na faixa de areia da Av. Pres. Wilson aqui em Santos. E minha casa virou um protótipo de albergue juvenil, já que haviam: eu, minha irmã, a prima que foi no dia 14 e às vezes dormia em casa, e um outro primo, de São Paulo, que passou umas 3 semanas das férias dele em casa. OK, tudo pronto, levantei aproximadamente 6h30 da matina para a viagem da minha vida (até o presente momento). Fomos ao ponto inicial da trip numa rua no Gonzaga próximo ao Shopping Miramar e já encontramos o pessoal que embarcaria na mesma viagem. Não muito tempo depois o ônibus fretado já chegaria, mas é apenas o primeiro: um outro já estaria esperando os aventureiros para a viagem de quase 7 horas até o Rio.

Agora, vamos pular a parte de paisagens que não vai acrescentar muito no texto...

Já no Rio deparei com uma cena muito conhecida de quem mora em São Paulo: trânsito! Bem: era uma sexta-feira, fim de tarde, normal. Era inevitável que a gente perderia um ou outro show. Quando chegamos ao RioCentro (o Centro de Convenções daquele atentado de 1980, quem for bem mais velho que eu se lembra melhor) e iniciamos uma "pequena" caminhada até a "Cidade do Rock", o show do Pavilhão Nove já estava terminando (acho que a última música era "Trilha Do Futuro"). Não era nada perto do que viria a seguir. Ao passar pela bilheteria (e com câmera, a gente entrou com câmeras escondidas), fomos nos habituar com aquele ambiente e aquele monte de headbangers de camisa preta que eram maioria absoluta.

Eram eu, minha prima, o povão do ônibus e mais cerca de 200 mil pessoas presentes naquele dia...

Muito do que relatarei aqui provavelmente já foi veiculado em mídias, como revistas, portais de Internet (engatinhando aqui no Brasil), MTV, Tv's fechadas e etc. Mas nada como refrescar mentes.

QUEENS OF THE STONE AGE: conhecia muito pouco a banda naquela época, mesmo com uma certa popularidade aqui no Brasil. O que nem eu, nem ninguém, imaginaria, era ver um Nick Oliveri (baixista da banda naquela época) tocando pelado como se ele achasse aquilo normal no Brasil. Tudo bem que fazia um calor tipicamente carioca, mas assim já era demais. Como no Brasil a polícia não deixou barato, lá foi o coitado prestar esclarecimentos em uma delgacia próxima, e liberado depois. Sinceramente, o Nick manchou a apresentação da banda (é a apenas minha opinião).

SEPULTURA: "Sepultuuraaa... do Brasiill... 1, 2, 3, 4"! E foi "Roots Bloody Roots" nos nossos tímpanos. A banda, sem aquela formação que o Brasil conheceu na década de 90 não era a mesma, mas Derrick Greene soube bem a pressão que era tocar em um festival que existe no imaginário do Brasil desde a época das Diretas Já. Não assisti por completo, mas pelo pouco que vi eles levantaram a galera.

Antes da próxima atração, uma volta pela "Cidade do Rock". No caminho, 2 cenas inusitadas: trombei com a cantora Luciana Mello próximo à Tenda Vip. Claro, era escuro, a gente pediu desculpas e cada um seguiu o caminho. Mas ela é simpática, vale lembrar (:P). Poucos minutos depois minha prima encontrou o Jair Oliveira e o Simoninha. Como não é sempre que a gente acha gente bacana no meio de tanta gente de camisa preta, registri a cena em foto (que não saiu muito boa graças à parca iluminação do local).

ROB HALFORD: outro show que não assisti por completo (pelo menos até ele tocar o clássico dele com o Judas Priest, "Breaking The Law"). Agora sei porque muitos o chamam de Deus do Metal.

Antes de ir pro show principal parei na tenda de uma loja musical e comprei um CD do Oasis...

IRON MAIDEN: AAAAHHHHHH, aí sim fui surpreendido novamente! Era a banda que meu irmão mais velho queria ver quando ele era pivete mas que foi ver fui eu, hehehe. E este, cara, fiz questão de assistir por completo. Porque era o Iron Maiden; porque Bruce Dickinson havia retornado ao vocal principal da banda; porque com outro retorno, do Adrian Smith, a banda ficou com 3 guitarristas (além do Adrian, também tinha Janick Gers e Dave Murray); e porque eles registraram o show para lançamento em DVD - cara, fui imortalizado no DVD do Maiden!! Apesar de não terem tocado pelo menos 2 músicas que eu imaginava ouvir (Flight Of Icarus e Wasted Years) foi um excelente show.

E assim peguei a Via Dutra de volta ao Estado de São Paulo, lá pelas 4:20 da manhã. Cheguei totalmente exausto em Santos lá pelas 13:45 mas valeu a pena todo o esforço.

E até agora tô atrás do álbum daquele dia, mas sei que tá aqui em casa, hehehehe

Beijo na alma e até o próximo post! :)
Leandro Passos