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24 de mar. de 2013

[Y13P04] Os hábitos comuns no Facebook


Era uma vez um estudante da Universidade de Harvard, nos EUA, que de um fora da peguete criou um aplicativo para web que fazia comparações entre duas mulheres e os usuários clicavam na mulher. Em seguida aceitou o desafio de criar uma espécie de rede inicialmente privada para Harvard, depois para demais universidades norte-americanas e, por fim, para o globo terrestre. Este aplicativo deu origem à rede social mais hype de todos os tempos: o Facebook. Fim!


Não, acima não é uma resenha tardia do livro “Bilionários Por Acaso”, e consequentemente do filme derivado “A Rede Social”. A ideia aqui é expor (e talvez até debater) as mil e duas utilidades desta ferramenta de comunicação social pelos seus usuários – eu incluso. Por quê isso? Porque criamos alguns hábitos que variam conforme o grau de uso do Facebook. Muito do que se lê hoje em dia tem realmente conteúdo e inspira os seguidores deste ou daquele usuário ou fan page. Outros acabam inserindo coisas que normalmente seriam mais úteis para uma criança no ensino fundamental do que para nós, adultos. E até hoje eu mesmo estou adaptando aquilo que coloco por lá para inspirar ou para quem é adepto de tecnologia como eu. Como não gosto de atirar pedra em ninguém, não posso bater no peito pra falar que sou 100% certinho ou santo (isso eu não sou mesmo). Às vezes posso agradar com o que escrevo por lá... em outras eu não agrado nada, e assumo mesmo que posso chatear alguém sem querer. É algo que estou corrigindo com o tempo e com a aquisição de prática. E o mais louco é que enquanto estou criando algum website ou sistema, eu volta e meia apareço para ler algo que me interessa -  o que não me torna (ainda) um dependente crônico porque tenho minha vida fora do Facebook (e janelinha de bate-papo ligada não quer dizer que eu esteja online pra todo mundo, beleza?).

Já escrevi demais sobre mim, e agora vou listar algumas coisas que leio com frequência no Facebook e eu admito que várias delas até eu já fiz antes de direcionar a 3 alvos diferentes (Tecnologia e novidades de TI, pela minha recém-formação em Análise de Sistemas; Motivação, porque eu sou um altruísta incorrigível; e Psicologia, influência direta da minha ex-psicóloga até há 2 anos atrás, Marice, o que pode me levar a prestar vestibular pra esta especialização a médio prazo) e (tentar) me controlar com o que eu posto para não parecer um chato e desocupado.
        

  • Animais: não tenho como não me compadecer de cães e cachorros, até porque tenho um cão yorkshire de 4 anos e meio. Mas o que irrita é quando vejo posts de cachorro morto, cachorro sendo arrastado por infeliz(es) por esporte, ou pessoas estressadas nível extremo que percebo que não têm estrutura emocional pra cuidar de um animal de estimação (imagine de um filho lá na frente). Estes eu não repasso nem a pau.
  • Memes de Internet: cada um usa da forma como convém. Muitos são bem inteligentes, mas alguns usam para discriminar quem tem gostos diferentes dos seus – como os funkeiros contra os roqueiros, ao ateus contra os cristãos e vice-versa, e por aí vai. Casos de memes inteligentes são os das fan pages “O Que Queremos” que satiriza nossas contradições de forma bem humorada, e a “Gina Indelicada” que resgata a loira simpática da caixinha de palitos de dente. Mesmo assim eu evito repassar esses para não ser mal interpretado.
  • Motivação: não tenho como condenar porque eu amo motivar as pessoas, só posso me dar ao trabalho de escolher a hora e quantidade certas de colocar alguma, e mesmo assim eu mesmo busco criar as minhas citações de acordo com minha experiência, ou credito quem as criou ou compartilhou para valorizar o trabalho dos criadores. Mas infelizmente alguns se apossam das criações desde que eu conheço o Facebook há quase 5 anos. Minha sorte é eu me submeter no momento a uma reciclagem em softwares de vetorização como Corel Draw e Illustrator para poder desenvolver as minhas próprias artes, sem falar na possibilidade de adquirir em breve uma mesa digitalizadora.
  • Música: ah, como nós amamos. A minha sorte é eu ter um gosto musical chato pra cacete (rock britânico e brasileiro, disco, ítalo disco, acid house...). Este é um tipo de compartilhamento que faço de modo muito moderado só quando eu acho que posso, porque muitos da minha lista curtem rádios populares. O problema é quando a pessoa começa a atirar pedras no gosto musical alheio. Exemplo: funkeiros que não curtem rock por não entenderem muitas músicas no idioma inglês, e o inverso, porque não curtem o sexismo e a ostentação exacerbados nas músicas
  • Religião: NÃO! Não compartilho mensagens de cunho religioso porque nem todos têm a mesma fé e respeito todas.
  • Futebol: não é porque sou torcedor do Santos Futebol Clube que vou zoar quem torce para Corinthians, Palmeiras, São Paulo e outros. Bom senso nesta hora é fundamental!
  • “Mimimi” e “Bipolaridade”: de todas as categorias relacionadas aqui, estas são as que mais me irritam mesmo. Todo dia leio posts do tipo “Tédio”, “Triste”, “Ninguém me ama”. Se essas pessoas soubessem que o Universo responde nossos estímulos, sejam eles quais fossem... tudo bem que somos humanos e sujeitos a intempéries, mas muitos não dão a mínima se a pessoa está triste. Alguns infelizmente até debocham da pessoa por isso. O ideal é deixar a pessoa se acalmar e ela procurar ajuda. E o caso da bipolaridade é ainda mais sério, porque se trata na verdade de um transtorno de mudanças repentinas de humor. No entanto, virou modinha entre adolescentes escrever que é bipolar pra justificar seus atos. E acham que ganham pontos escrevendo “aahh, é que eu sou bipolar, sabe...”
  • Curtir: gostou de algo que acrescentou, “joinha”. Mas nem todo mundo é obrigado a curtir tudo, se não lhe agrada. A minha sorte é escolher a dedo o que postar, sem ser idiota, mesmo que ninguém curta. E aprendi a não ficar curtindo tudo de uma pessoa só porque é bonitinha, até porque não se sabe nada da vida dela.
  • Cutucar: de jeito nenhum! Não cutuco e nem curto ser cutucado.

Tá meio longo, é verdade, mas a ideia era tentar abranger aquilo que nós fazemos no Facebook e as minhas experiências pra tentar ser mais conciso. Não mencionei o fator "adicionar amigos" porque aí vai de acordo com cada um de vocês. 

Que este post possa ser usado como um guia de conduta no Facebook que estará sendo sempre atualizado.

É isso. =)

Leandro Passos
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6 de mar. de 2013

[Y13P03] Uma Criança Com Seu Olhar

Tinha tudo pra ser uma manhã tranquila do dia 6 de Março de 2013. Tranquila, no que diz respeito a mergulhar nos trocentos cursos pós-faculdade que inventei de acumular, e criar algo de útil para a sociedade. Mas basta eu olhar a timeline do Facebook para me surpreender.

Custo a acreditar que Alexandre Magno Abrão, vulgo Chorão, frontman da Charlie Brown Jr. desde a fundação, partiu deste mundo repentinamente. É muito prematuro escrever aqui o que causou a morte dele, não posso ser leviano neste ponto. A verdade é que quando alguma área da vida não vai tão bem quanto outras, a tendência no caso de não se cuidar é o efeito dominó. Como é o caso do fim de um casamento, no caso o dele. A ex-mulher dele não tem culpa por esta situação ter chegado ao ponto que chegou.

Quando as notícias começaram a pipocar na velocidade da luz nas redes sociais, optei por abrir mão de qualquer julgamento desnecessário que gerasse revolta. Dono de uma métrica inquestionável no processo de composição das músicas com o CBJ, ele não economizou nas referências a Santos nas músicas, em especial "Tudo Que Ela Gosta de Escutar", quando mencionou o Conjunto BNH, Bairro Aparecida, onde morou ("Eu só tenho uma magrela e um 'ap' no BNH"). 

Nas épocas dos dois cursos técnicos que fiz - na CEFET Cubatão, hoje IFET, e no Senai "Antônio Souza Noschese", na Ponta da Praia - pelo menos uma música do CBJ martelava meus ouvidos constantemente. Na CEFET/IFET, "Não É Sério", e no Senai, "Não Viva Em Vão". O timbre vocal poderia não ser aquele primor, mas a presença de palco fez a diferença nos shows. 

Também foi protagonista de algumas confusões extra-palco, como a que envolveu o Marcelo Camelo, dos "Los Hermanos" na sala de desembarque do Aeroporto de Fortaleza em 2004, e o esporro público no recém regresso baixista Champignon - que voltou depois de 7 anos fora da banda. Não posso julgar ele por isso porque alguma vez na vida a gente perdeu a cabeça com alguém, incluindo este que vos escreve.

*09/04/1970 - +06/03/2013
Mesmo eu não sendo um fã(nático) pelo trabalho da banda, não posso negar que várias das músicas representam o desejo de vencer, de passar por cima de qualquer coisa para ser motivo de orgulho perante familiares, amigos e até desafetos. "Lugar ao Sol", "Não Viva em Vão", "Lutar Pelo Que é Meu", "Não Deixe o Mar Te Engolir" (esta a minha preferida deles), são algumas dessas pérolas escritas pelas mãos do Chorão. Algumas composições do Chorão ganharam covers interessantes, como a do Zeca Baleiro para "Proibida Pra Mim".


"Tudo é simples e calmo visto de cima
O mundo é grande, mas é só uma ilha"
["Uma Criança Com Seu Olhar"]

Já diziam Renato Russo e Brian May: "Os bons morrem jovens".

Vá em paz, Chorão! =/

Leandro Passos
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5 de fev. de 2013

[Y13P02] Fé cega, mente bitolada

Quando eu achava que já tinha escrito coisas que eu acharia que seriam "o artigo mais polêmico já escrito por Leandro Passos", eis que meus ouvidos sangram com alguns absurdos que não posso deixar quietos. 

Vamos lá, e já aviso que não vou puxar sardinha nem pra um lado ou outro porque levo imparcialidade ao pé da letra, coisa que muitos jornalistas não fazem!


Recentemente um certo pastor, conhecido por seus discursos explosivos e por vezes carregados de algum ressentimento, participou de um programa de entrevistas em um canal aberto popular. Eu ainda não assisti na íntegra, mas pelo pouco que vi ele tentou forçar uma postura que acha que todo mundo deveria adotar. Que somos gratos a Deus e adotamos na medida do possível os simples versos de Jesus Cristo - ame ao próximo como a você mesmo -, mesmo falhando, isso muitos de nós fazemos. Agora, não adianta forçar uma doutrina que nem todo mundo quer adotar - se fosse assim viraríamos uma nova Alemanha da II Guerra Mundial.

Engrossando o coro, sou mais um a falar pra todo mundo ler/ouvir que O BRASIL É PAÍS LAICO! E Estado Laico não tem que sofrer interferências de quaisquer organizações religiosas, sejam elas quais forem. Qual é o papel que algumas - escrevi AL-GU-MAS, não inverta o ônus, engraçadinho(a) - organizações ou quem pertence a alguma faz!? Dar suporte a quem quer abandonar as drogas, oferecer apoio a pessoas entregues à sorte... mas aí quando pessoas começam a achar que política e religião deveriam se misturar começam a perder a noção do perigo. Pra ser bem sincero, o único religioso que eu considero ter alguma relevância no campo político - e para o bem - é o Senador Magno Malta. E só. O resto quer bater de frente com a ala LGBT, que por sua vez quer fazer valer seus direitos como qualquer um de nós, mortais.

Olha, nem entro no mérito de me meter nessa eterna briga, porque não sou religioso nem GLS. Tenho gente de todas as religiões (católica, evangélica, budista, umbandista, espírita), LGBT e ateus nas minhas listas de redes sociais, bem como amigos que se encaixam nestes requisitos, e respeito a todos igualmente. Só acho que impor uma crença ou um estilo de vida é reviver épocas negras de ditaduras mundo afora. E escrevo isso por ter passado 6 anos da minha vida em igrejas entre 2002 e 2008 (e, diga-se de passagem, vi tanta gente que fazia tanta coisa errada...), só que é aquela história: em uma, qualquer religião que não fosse aquela onde estava era errada, em outra só ela "tinha a verdadeira salvação". E em todas tem as pessoas que seguem os princípios básicos e sabem ser humildes, bem como as que usam uma determinada igreja em proveito próprio, só pra obter vantagens. E, sinceramente, se não agrega nada na minha vida, não é a persuasão de fulano, beltrano ou ciclano que vai ditar minha rotina. E também não sou eu que dirá pra você dar "meia volta, volver" porque eu não agrado todo mundo.

"Mas, aaahhh, Leandro, se você não for à igreja você pode ir pro inferno, porque não vai ser salvo..."

Primeiro, quem me diz isso se esquece de que a gente recebe em dobro aquilo que a gente deseja (isso é uma Lei do Universo). E segundo, prefiro lançar mão do Perdão porque às vezes a pessoa pode não ter aquele discernimento concreto sobre Deus, e mesmo se tivesse poderia fazer mau uso dele.

Eu tenho dois pontos de vista sobre inferno: um, onde o mundo no qual eu, você, seu pai, sua tia, seu avô, seu periquito vivemos já é um inferno com tantos corações gelados e sem personalidade nas ruas - e parece até que eu já vivo o Apocalipse Zumbi, "se é que você me entende" (THUNDERBIRD, Luiz. 1990) -, e outro, que às vezes é mais citado do que o dito Paraíso. Nenhum de nós é aquele poeta que foi ao inferno e voltou, como diz uma música que ouço até hoje, pra provar que existe, se é que existe. Aliás, é tanta gente que fala ou ouve falar de inferno que me pergunto até se já passou por uma EQM pra se certificar de que existe. Prefiro mirar minhas crenças em quem nos dá o Amor. Amor esse que muitos infelizmente jogam fora como maço de cigarro na sarjeta. Se é Deus, Universo ou Buda, quem nos dá a oportunidade de Amar, não sei. Só sei que não compactuo do ódio de ninguém e ao mesmo tempo não considero santo quem vai a uma igreja e da porta pra fora começa a sacar do seu dicionário a palavra ódio, nem em quem quer forçar determinada situação para ser respeitado. Pelo jeito, ou todo mundo envolvido é vítima nesta guerra de filosofias de vida, ou se faz de vítima para ganhar simpatizantes.

"Vamos pedir piedade: 'Senhor, piedade pra essa gente careta e covarde!'"
(ARAÚJO NETO, Agenor de Miranda. 1988)

Beijos pra torcida! (GESSINGER, Humberto. 1986)

Leandro Passos
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