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19 de abr. de 2011

[Y11P16] - A arte de pegar técnicos de informática no pulo em 4 atos


Ato 1: "Alô, Leandro..."
Sábado, 16/04/2011, 11h40 da manhã.
Eu estava a 2 quadras de casa, voltando da Fatec, onde fiz a exaustiva prova de Orientação a Objeto. Tudo que eu queria naquela hora era "capotar de velotrol", como diz um seguidor meu no twitter, de tão exausto que eu estava - nem caminhei naquele dia, vou descontar no mega feriadão de Páscoa.
Quando eu passava pelo CT do Santos Futebol Clube meu celular velho de guerra toca (ao som de Give A Little More, do Maroon 5). Era o filho de uma conhecida do pessoal da minha rua, e cliente minha (informática) já a algum tempo. 
Problema relatado: "Não aparecia nada na tela". A princípio o PC ligava mas não subiam as informações da BIOS. Ok, levei o PC em casa. Lá, também não subia, foi aí que vi que a voltagem da fonte estava em 230V, sabendo que normalmente tem que conectar a CPU em um estabilizador, cuja saída default é de 110v. Maravilha, agora ligou, mas nada ainda de imagem. Então testei um processador (Intel Pentium Dual Core LGA 775, compatível com aquele PC) e funcionou. Logo depois coloquei os componentes originais de volta e funcionou. Levei de volta pra casa do jovem, liguei e pronto. Mas ao invés do XP que eu tinha instalado da última vez, estava lá o Windows 7 (quem que instalou o 7?). Ok, só que haviam 2 problemas: 1) Os pais deles estão acostumadíssimos com o Windows XP; 2) O computador tem somente 512 MB de memória, quando o recomendável é 2 GB para cima. Mostrei isso à mãe dele, que ficou revoltada com a situação. Mas isto não é nada perto do que viria a seguir.

Ato 2: O professor "desastrado"
Sábado, 16/04/2011, 12h05
Ele me revela que levou a CPU ao professor dele que dá aulas de manutenção de computadores (não sou eu, não tenho sequer tempo pra dar esse tipo de aula). Perguntei se ao menos ele salvou as coisas do trabalho dos pais. Resposta: Não
Nesta hora não pude conter meu lado inconformista e questionei - não o porque que levou a CPU a esse professor, já que sou eu que cuido deste PC e de tantos outros em Santos - a falta de uma política de backup de arquivos pessoais de clientes. Já ouvi relatos de gente que levou seus computadores a outros técnicos que formataram direto um HD sem se preocupar com dados dos clientes. Já imaginou se eles fazem formatação física (limpar 100% do HD) ao invés da formatação lógica (apenas limpar superficialmente o HD, ainda permitindo o uso de softwares de recuperação de arquivos deletados)? 
Não posso acreditar que haja gente que só quer apenas arrancar dinheiro de clientes e tá pouco ligando pra álbuns de fotos como se fosse problema do cliente. Ah, vá, quer dizer que vai culpar cliente porque este não sabe usar o Nero, Alcohol 120%, Ashampoo e afins? Por isso que tem tanta gente que abre loja de manutenção e fecha em pouco tempo pela pouca atenção a clientes. Claro que também existem alguns clientes que são um porre, mas é assunto para um post posterior.
Salientando que o "desastrado" do Ato 2 foi porque nem o jovem e nem o professor tiveram noção do que fizeram...

Ato 3: A bronca marota
Sábado, 16/04/2011, 12h15.
Beleza, só me restou retomar o caminho de casa com a CPU deles debaixo do braço - a casa deles fica na mesma calçada que a da minha. Não sem antes exercer aquele meu lado que diz que não devo passar a mão na cabeça de ninguém. Como ele já é um adolescente, tem que ter noção do que é certo e do que é errado. Mas deixei o trabalho mais pesado para os pais dele, já que não é este meu papel. Só me restou reinstalar o XP e os softwares mais clichês para um PC básico. Em 3 horas (alternadas entre a formatação do meu PC no mesmo sábado) o trabalho já estava concluído, mas optei por entregar no domingo à noite.
Nesse meio tempo me perguntei: PQP! Por que será que tem tanta gente que decepciona cliente desse jeito?

Ato Final: PC OK!
Domingo, 17/04/2011, 19h10 da noite.
Trabalho concluído, PC entregue. Só resta a eles tentar reorganizar a documentação das coisas da firma onde o pai desse jovem trabalha como motoboy. Creio que depois dessa o garoto pode nem terminar o curso de manutenção tamanho o tsunami causado por ele. Mas salientei que no começo eu também quebrei a cara e aprendi com meus erros. Ok, bola pra frente...

Sempre que puder colocarei aqui neste blog estes contos vividos por quem teve seu DNA modificado pra receber conhecimentos em tecnologia.

Beijos n'alma e até o próximo post!
Leandro Passos
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7 de abr. de 2011

[Y11P15] - Somente uma palavra: BULLYING!

Bullying: todo e qualquer ato de violência física e/ou psicológica, doloso, e repetido por uma pessoa ou um grupo, para atingir um indivíduo ou um grupo que não esteja em condições de se defender.

Nunca antes na história de nossas vidas ouvimos tanto esta palavra em um gerúndio inglês, que significa "valentia", e faz com que a pessoa que pratica se sinta o(a) gostosão(gostosona) da vez, e quem sofre, a pior pessoa do mundo. 

Vou citar ao menos 2 casos de bullying que se tem notícia pelo mundo, o 3º no Brasil, e o 4º é surpresa.

Caso 01: Curtis Taylor, 21/03/1993.
- Tomar porrada, receber cada apelidinho, ter a camisa suja de um produto similar ao nosso Nescau, e  vindo de quem se acha superior, deixou o personagem acima com sequelas suficientes para que ele, infelizmente, cometesse suicídio no dia 21/03/1993. Um caso semelhante aconteceu com um jovem chamado Jeremy Wade Delle, dois anos antes, em 8/1/1991. Ele se suicidou na frente dos seus colegas porque se cansou de ser perseguido pelos mui amigos. Se você está lendo este post, e é fã de Pearl Jam, um grande hit deles leva o nome e a história deste jovem inconformado (Refrão: "Jeremy is falling...").

Caso 02: Os jovens de Columbine, 20/04/1999.
- Qualquer semelhança com casos a descrever no decorrer deste post não são mera coincidência...
Eric Harris e Dylan Keybold eram jovens arredios que preferiam computadores à convivência, já que eram ridicularizados pelos atletas do Instituto Columbine por serem integrantes de um grupo chamado Máfia da Capa Preta (nada a ver com o filme brasileiro "O Homem da Capa Preta" com o José Wilker, por favor!). Tudo que eles queriam, era negado por outros - a popularidade. Os danos psicológicos que podem ter sofrido, como descrito na Wikipedia podem ter contribuído para o planejamento sem suspeitas do mais famoso massacre em escola que se tem notícia no mundo. Saldo da tragédia: 13 mortos, 25 feridos (entre alunos, professores e o suicídio dos dois protagonistas.

Caso 03: O atirador de Realengo, RJ Capital, 07/04/2011.
- Sabem quando a gente pensa que o Brasil é um país abençoado por Deus e bonito por natureza? Basta que a gente estale os dedos e, pronto: o que acontece fora do Brasil chega anos depois dentro.
As histórias em torno de Wellington Menezes de Oliveira, 24 anos, ex-aluno da Escola Municipal Tasso da Silveira no bairro de Realengo, no Rio de Janeiro, ainda estão fresquinhas até o momento em que digito este texto, mas dizem que ele sofria de bullying, embora não esteja claro se realmente sofria. Embaixo temos a tal carta que digitou antes do caos:
Nem vou comentar nada de religião, isso nem é da minha conta...
Seguundo um vizinho - relato aqui no G1 - ele era zombado e fazia tatamento psicológico. Cansado, parece que a única saída que encontrou foi planejar o massacre naquela escola - onde também estudou.
Até onde sabemos, são 12 mortos - 10 meninas e 2 meninos, o 12º faleceu agora há pouco - e o suicídio de Wellington. O mais louco é que ele pegava as meninas pra atirar pra matar - leia no G1 o relato de como um jovem presenciou a escolha das vítimas pelo Wellington. Daí vêm autoridades querendo tirar casquinha, políticos querendo dar lição de moral e a falsidade de quem luta pelos direitos humanos pra gente tira a vida de gente que não teve chance de se defender. Lamentável...

E agora, a minha experiência com o bullying.
Havia uma época que, durante o Ensino Fundamental na Escola Estadual Cesário Bastos, aqui em Santos-SP, de tanto que eu me dedicava a estudos era alvo de tanta chacota por parte de alguns garotos que passavam a sensação de auto-estima nula e queriam repassar essa insegurança. Daí alguns apelidinhos nada graciosos - rolha, barril, Pato - e, durante a 8ª série, não fossem os colegas de turma que se formaram comigo em 1994, nem estaria vivo pra escrever nada disso: um jovem estava com uma tesoura daquelas dobráveis da época pra tentar me ferir pelas costas. Só fiquei sabendo no dia seguinte, sem saber ao certo o que acontecia, na sala da diretora Lenita, com o tal rapaz, e a turma. Me relataram o que quase aconteceu, e tinha a difícil decisão de absolver o rapaz ou selar a expulsão dele da escola. Como não sabia guardar mágoa na época, a única solução foi perdoar o rapaz, nem sabia pela cabeça dele o que acontecia. A decisão foi comemorada por todos, um alívio pra ele, pra minha turma na época (rola encontro com esse pessoal no futuro?), e pra mim, porque terminei o 1º grau em paz.
No Primo Ferreira (2º grau) a experiência foi um pouco mais traumatizante, a ponto de eu pensar em suicídio. Só nao o fiz porque não vale a pena. Mas como havia um choque de classes sociais - alguns moravam em morro, como eu na época, e outros moravam em condomínios de alto padrão, e cujos pais poderiam muito bem pagar uma escola particular - as piadinhas eram inevitáveis.
Mas, pra não me alongar por aqui, passei exatamente pela meeeeesssmíssima coisa na antiga CEFET-SP Campus Cubatão, perto de terminar o curso de Desenvolvimento de Sistemas Comerciais, e nos primeiros 3 semestres da Fatec, com apelidinhos de Geraldo, Gayraldo (obs.: sou hétero mesmo, se fosse gay, porque hesitam em provar?), e só terminou depois que troquei de turma e período. E essas pessoas se tocaram, porque precisei tomar esta atitude pra obter meu estágio. Ou seja: me considero até aqui um vencedor por ter sobrevivido a tanto bullying. E nem por isso precisei me matar, ou matar quem tanto zombou da minha pessoa. Quem sabe essas pessoas não estejam infelizes com a vida que levam...

Peço que, ao terminarem de ler, repassem este post pra quem vocês puderem. Porque há vida depois do bullying.

Beijão n'alma d'oceis e até o próximo post, preferencialmente otimista.
Leandro Passos

3 de abr. de 2011

[Y11P14] Nós, laranjas

- Agradecimentos antecipados à @_NaTTi_, minha seguidora de twitter, que inspirou este post ;)

Atire a primeira pedra quem nunca se sentiu do jeito que comentarei nestas sublimes linhas.

Tá lá você, exercendo suas singelas funções, como quem tá ouvindo "Lost In Your Eyes" (tá bom, Debbie Gibson é bem anos 80 mas eu ainda ouço, oras, hehehe). Vem alguém com uma carinha de santo, uma voz comparável a um personagem de animê e pede pra você fazer um favor tal a ele(a). Ingênuo, você o faz, com aquele coração comparado à Madre Teresa de Calcutá. Aí os papéis se invertem e agora é você que vai a essa pessoa pra pedir um favor. Surpreso, você ouve a seguinte resposta:

- Fazer favor a você?? Mas faça-me o favor! Vá procurar a sua turma!

Nesta hora você se sente a laranja do título acima, te espremeram e te jogaram fora tal como o bagaço desta mesma laranja.

O que você pensa nesta hora?

Vai chorar como um fã de bandas emo?
Vai se ressentir como um cantor de música brega que tomou aquele chifre maroto?
Vai sair no tapa como um punk de boutique porque não gostou do jeito dessa pessoa?

Não, não lançarei enquete com estas questões.

É um clássico exemplo do que eu, você, seu pai, sua mãe, seu cachorro, seu papagaio, sua fêmea (ou seu macho) passam, já passaram, ou ainda passarão nesta vida: você foi passado(a) pra trás e quem te envolveu dá uma de ex-presidente e diz que não sabe de nada.

Alguns professores no Senai (saudades de lá) e na Fatec "Rubens Lara" (ex-Fatec Baixada Santista) já me alertaram: " - Leandro, onde você for trabalhar vai ter gente do bem, mas também vai ter cobras da pior espécie". Hahaha... vejo isso na própria faculdade, onde vi alguns que se diziam amigos me excluírem sem motivo, outros chamarem de apelidos pouco convidativos que na verdade refletem o que eles nunca têm coragem de assumir, outros que descontaram seus problemas externos em quem nem tem nada a ver com isso. E é só com eles que acontecem essas coisas! Porra! O pessoal das matérias das quais faço DP é super gente boa, sabem conversar sem segundas intenções, sabem ser gente. Logo, o problema não sou eu! O inferno são os outros!

Só sei de uma coisa: Deus removeu essas pessoas do meu caminho para me dar liberdade (ah, não sou de religião alguma, antes que me perguntem). A minha consciência está tranquila e não volto atrás na decisão de, como disse uma seguidora no twitter hoje, me livrar de peso morto. E, com aquela filosofia playmobilesca de sempre sorrir, vou levando a vida e apagando dia após dia cada cena triste que passei com esse pessoal.

E, ctrl + c ctrl + v em Freddie Mercury:

"Eu irei enfrentar tudo com um grande sorriso
Eu nunca irei desistir
Adiante com o show"

Até a próxima, ppl! 8)